sexta-feira, 25 de março de 2016

Curiosidade: A Guerra dos Cem Anos foi a mais longa da História?

Qual foi a guerra mais longa da história?


A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) é considerada por muitos historiadores como a mais longa de todos os tempos. A partir da Idade Média, nenhuma outra disputa entre dois povos durou tanto quanto ela. Na Antiguidade é mais complicado estabelecer datas pela falta de documentos - principalmente sobre eventos no Oriente. Mas era difícil para os povos da época terem condições materiais e exércitos suficientes para sustentar uma guerra tão longa quanto a dos Cem Anos. O conflito começou em 1337, quando o rei francês Felipe VI invadiu uma região no atual sul da França que na época pertencia à Inglaterra. A resposta do monarca britânico, Eduardo III, foi a invasão do país rival, dando início à disputa quase sem fim. As duas monarquias queriam expandir sua área de influência sobre feudos que até então tinham uma boa autonomia. Ou seja, por trás da guerra estava rolando o processo de centralização do poder na mão dos reis e a própria formação dos dois países. Isso influenciou na longa duração da disputa, pois guerras muito longas só são possíveis de ser mantidas com Estados bem organizados. Mas vale lembrar que os combates tiveram alguns intervalos com trégua, períodos que os dois lados usavam apenas para reorganizar seus exércitos para as batalhas seguintes. Apesar de os ingleses terem levado a melhor nas primeiras décadas da guerra, eles terminaram perdendo os territórios que controlavam na atual França. A Batalha de Castillon, vencida pelos franceses no sul do país em 1453, é considerada o marco histórico do final da Guerra dos Cem Anos.
O tempo não páraAlguns fatos curiosos mostram como durou a briga entre ingleses e franceses
Nova geração
O rei Henrique VI (1421-1471), que estava no trono inglês quando a guerra terminou, nem havia nascido quando a disputa com os franceses teve início. Ele só veio ao mundo mais de 80 anos depois!
Quinteto real
O arranca-rabo durou tanto que no período a Inglaterra teve cinco reis (Eduardo III, Ricardo II, Henrique IV, Henrique V e Henrique VI) e a França também (Felipe VI, João II, Carlos V, Carlos VI e Carlos VII)
Da flecha ao canhão
No início do conflito, os arqueiros foram fundamentais para o predomínio inglês. Já nas décadas finais foram os canhões - usados pela primeira vez na Europa nessa guerra - que ajudaram a França a virar o jogo
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A Guerra dos Cem Anos

    O que foi a Guerra dos Cem Anos?


Guerra Cem Anos
Foi um dos maiores conflitos da Idade Média, entre duas das principais potências européias: França e Inglaterra. Apesar do nome, durou mais de um século - segundo a definição dos historiadores, tudo começou em 1337, para terminar só em 1453. "Não foi um confronto ininterrupto, mas uma série de disputas que incluíram várias batalhas", diz a historiadora Yone de Carvalho, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Para entender a origem de tanta briga é preciso recuar no tempo. Em 1066, um duque da Normandia (território francês) chamado Guilherme conquistara a Inglaterra, tornando-se seu rei. Tanto Guilherme quanto seus sucessores eram, ao mesmo tempo, donos do trono inglês e também súditos do rei da França, já que tinham herdado terras naquele país. Séculos depois isso criaria muita encrenca.
Em 1328, o rei francês Carlos IV morreu sem deixar um herdeiro. O então rei da Inglaterra, Eduardo III, considerou-se um pretendente legítimo ao trono vago, pois, além de súdito, era sobrinho de Carlos IV. O problema era que outros nobres franceses reivindicavam o mesmo trono e uma assembléia acabou escolhendo um conde chamado Felipe - que ganhou o título de Felipe VI. A relação de desconfiança entre os monarcas dos dois reinos e a disputa entre eles por territórios franceses - Eduardo III tinha herdado os direitos sobre as regiões da Gasconha, da Guiana e de Ponthieu - resultou na guerra. A França tinha uma população quase quatro vezes maior que a da Inglaterra e também era mais rica, mas não se encontrava tão unida e organizada enquanto nação. A Inglaterra, por sua vez, possuía uma monarquia mais forte e se deu melhor no início da guerra.
Não houve uma grande expansão, mas, ao final da primeira fase do conflito, em 1360, tratados asseguraram aos ingleses a total soberania sobre as terras que possuíam na França. Nas décadas seguintes, conflitos internos levaram os dois países a se concentrarem mais nos problemas domésticos e a guerra entrou numa fase de paz não-declarada, rompida de quando em quando. Por volta de 1420, um novo rei inglês, Henrique V, decidiu aproveitar uma crise entre o monarca francês e alguns nobres para reivindicar novamente o trono da França, dando início a mais um período turbulento. Essa fase final do conflito, porém, foi favorável aos franceses. Comandados por um novo rei, Carlos VII, e com exércitos mais organizados, eles expulsaram os ingleses da Normandia, da Guiana e da Gasconha. A famosa batalha na cidade francesa de Castillon, em 1453, é hoje considerada pelos historiadores o fim da longa guerra, embora nenhum acordo tenha sido assinado e eventuais conflitos tenham continuado a ocorrer.
"A Guerra dos Cem Anos foi a última guerra feudal e também a primeira moderna. Ela foi dirigida por membros da aristocracia feudal no início do conflito e terminou como uma disputa entre Estados que já tinham exércitos nacionais", diz Yone. Por isso, ela foi um grande marco no desenvolvimento europeu (principalmente na França) da idéia de nação, que unificou países antes divididos em territórios controlados por nobres.

Ponto estratégico
Apesar de a guerra ser travada em território francês, havia cidades estratégicas também na Inglaterra. Os navios que faziam a ligação entre a ilha e o continente partiam de Southampton, um dos principais portos ingleses na Idade Média
Arma poderosa
A besta, arma medieval para lançar setas, foi um dos destaques do arsenal militar usado na guerra. Sob certas condições, o arco se mostrou superior, disparando mais flechas por minuto, com maior alcance e precisão. Mas a besta possuía suas vantagens: exigia menor esforço, era mais fácil de transportar e de ser disparada por um homem a cavalo
Batalha shakespeariana
Pano de fundo das cenas mais emocionantes da peça Henrique V, de Shakespeare, a batalha de Agincourt, em 1415, foi a última grande vitória inglesa na guerra. Cerca de 9 mil soldados do rei inglês Henrique V conseguiram derrotar 25 mil cavaleiros franceses
Momentos DecisivosOs grandes cercos e batalhas se deram em território francês
1. No início do século XIV, o rei da Inglaterra, Eduardo III, controlava os ducados da Gasconha e da Guiana e o condado de Ponthieu, territórios que herdou dentro das atuais fronteiras da França. Mas, em 1337, o rei francês Felipe VI ordenou o confisco das duas primeiras regiões - foi o estopim da guerra
2. Outra causa importante do início do conflito foi a disputa pela região de Flandres, que enriquecera com a produção de tecidos, importando lã da Inglaterra. Apesar de estar economicamente vinculada aos ingleses, Flandres era um domínio francês. Quando começaram as hostilidades na Gasconha, o rei inglês desembarcou um exército em Flandres
3. A primeira grande batalha foi travada na cidade de Crécy em 1346 e acabou vencida pelos ingleses. Nela morreram o irmão do rei Felipe VI e cerca de 1 500 soldados franceses
4. Nas guerras medievais, grandes batalhas só aconteciam de vez em quando. Eram mais comuns os cercos a cidades e fortificações, que ficavam na mira de catapultas. A cidade portuária de Calais enfrentou um dos primeiros grandes cercos da guerra e resistiu por quase um ano diante dos ingleses, até a população se render em 1347, abalada pela fome
5. Em 1356, numa batalha em Poitiers, os ingleses tiveram outra importante vitória. Caçados por um exército comandado pelo próprio rei francês João II (sucessor de Felipe VI), eles se protegeram numa área pantanosa. Ao atacar, os cavaleiros franceses atolaram e foram dizimados por arqueiros. O rei João II foi feito prisioneiro e só libertado após aceitar tratados que garantiam à Inglaterra o controle de territórios na França
6. A virada na guerra viria após o cerco a Orleans, que durou sete meses, entre 1428 e 1429. Os franceses, encurralados, já estavam prontos para se render quando Joana D’Arc, camponesa transformada em grande guerreira, convenceu o rei francês a mandar tropas para a região. Os ingleses não resistiram e abandonaram o cerco. O episódio serviu para colocar na história o nome de Joana D’Arc e unir ainda mais os franceses
7. Em julho de 1453, tropas inglesas tentaram atacar uma fortificação francesa perto de Castillon. Elas foram derrotadas ao serem recebidas pela recém-introduzida artilharia de campanha - canhões que podiam ser transportados. Embates continuaram ocorrendo, mas essa batalha é considerada o marco histórico que encerra a Guerra dos Cem Anos.

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Segredos da Bíblia: Os Cavaleiros Templários [Dublado] Documentário Nati...

Quem são os Templários?

      QUEM SÃO OS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS?

Por Patrick J. Kiger





Os Cavaleiros Templários foram uma das primeiras e mais conhecidas ordens militares da Europa Cristã - sociedades de cavaleiros cuja missão, pelo menos aparentemente, era defender e propagar a sua fé religiosa. A ordem dos Templários teve origem no ano de 1118, cerca de suas décadas depois de as Cruzadas europeias terem conquistado a cidade e massacrado os seus habitantes muçulmanos. Um cavaleiro francês chamado Hugues de Payens e oito dos seus companheiros ofereceram os seus serviços ao Rei cristão Balduíno II e juraram defender a cidade contra todo e qualquer inimigo. Como quartel-general da ordem, Balduíno ofereceu-lhes a Mesquita Al Aqsa, onde o Rei Salomão tinha construído o original Templo de Jerusalém. Por essa razão, os cavaleiros apelidaram-se como Pauperes commilitones Christi Templique Solomonici - expressão latina para "os pobres soldados seguidores de Cristo e do Templo de Salomão" - e ao longo do tempo a ordem passou a ser conhecida como Ordem do Templo ou Templários.
Nos dois séculos que se seguiram, os Templários tornaram-se numa das organizações mais poderosas do mundo medieval. Os seus guerreiros, que usavam sobre as suas armaduras mantos brancos embelezados com uma cruz vermelha, ganharam reputação pela sua destreza na luta, disciplina e tenacidade. Os cavaleiros da ordem juravam obediência total e inquestionável aos seus líderes. De forma geral, lutavam com afinco, tendo em mente que um soldado que fosse considerado cobarde teria que despir o seu manto e toinha que comer no chão, como os cães, durante um ano (a ordem também tinha a política de não pagar resgate por soldados capturados em batalha). Segundo a edição de 1911 da Enciclopédia Católica, cerca de 20 mil soldados Templários deram a vida em batalhas contras as forças muçulmanas ao longo dos anos em que a ordem existiu.
Com o tempo, os Templários também se tornaram numa força política e económica. Vários Papas recompensaram os Templários ordenando que estes ficariam isentos de quaisquer impostos, incluindo a taxa que fazia com que a própria Igreja funcionasse. A ordem foi admitindo vários elementos não-guerreiros por toda a Europa, que iam penhorando os seus tesouros para adquirirem terras e edifícios e para criarem um império financeiro que funcionava como um dos principais sistemas bancários europeus. Chegaram mesmo a controlar o governo de Jerusalém.
Depois de os muçulmanos terem recuperado o controlo de Jerusalém em meados do século XIII, o império dos Templários começou a enfraquecer. O fracasso em manter o poder na Terra Santa e os rumores sobre os seus rituais secretos mancharam a reputação da ordem, anteriormente inabalável. No início do século XIV, o rei francês Filipe IV, que tinha feito um grande empréstimo aos Templários, decidiu destruir a ordem para não ter que pagar o que tinha pedido. Filipe conseguiu persuadir o Papa Clemente V, um homem francês que a Enciclopédia Católica descreve como sendo uma pessoa de "personalidade fraca e facilmente influenciável", a perseguir os templários, acusando-os de heresia e sacrilégio, como por exemplo, dizendo que cuspiam para o crucifixo. Em 1307, o rei francês deu ordens secretas para que todos os elementos da ordem do seu país fossem presos no mesmo dia, e muitos deles foram torturados e mortos. O Papa Clemente dissolveu oficialmente a ordem dos Templários no ano de 1312. No ano seguinte, o grão-mestre dos Templários, James de Molay, renegou as suas convicções quando estava prestes a morrer na forca em frente a Notre Dame, em Paris. O rei Filipe ordenou a sua deportação para a Ilha de la Cite, onde acabou por morrer na fogueira. Alguns elementos dos Templários conseguiram sobreviver e nos séculos que se seguiram, vários países europeus e os Estados Unidos sofreram grandes reformas e a organização passou de uma ordem militar a fraterna e filantrópica. Hoje em dia, os Cavaleiros Templários estão na lista de organizações não-governamentais das Nações Unidas.

fonte: http://natgeotv.com/pt/templarios-batalha-decisiva/quem-sao-cavaleiros-templarios

quinta-feira, 24 de março de 2016

As Cruzadas

As Cruzadas


Chama-se cruzada a qualquer um dos movimentos militares, de caráter parcialmente cristão, que partiram da Europa Ocidental e cujo objetivo era colocar a Terra Santa (nome pelo qual os cristãos denominavam a Palestina) e a cidade de Jerusalém sob a soberania dos cristãos. Estes movimentos estenderam-se entre os séculos XI e XIII, época em que a Palestina estava sob controle dos turcos muçulmanos.
Os ricos e poderosos cavaleiros da Ordem de São João de Jerusalém (Hospitalários) e dos Cavaleiros Templários foram criados pelas Cruzadas. O termo é também usado, por extensão, para descrever, de forma acrítica, qualquer guerra religiosa ou mesmo um movimento político ou moral.
As Cruzadas foram uma espécie de guerra santa empreendida pelos católicos contra os muçulmanos que dominavam Jerusalém e outras regiões consideradas sagradas pelos cristãos do Oriente Médio.Nobres, camponeses, crianças, mendigos, enfim, grande parte da sociedade européia se envolveria nesses combates, que se estenderam por mais de duzentos anos e representaram, para todos esses personagens, uma alternativa econômica e social.
Entretanto, a importância maior das Cruzadas está no fato de elas terem ajudado a iniciar um processo que colocaria fim ao isolamento da sociedade feudal. Ao mesmo tempo que cruzavam o continente e o mar Mediterrâneo e estabeleciam contatos com outros povos, os europeus fortaleciam as cidades e o comércio. 
Convocação das Cruzadas
Durante a Idade Média, muitos cristão costumavam ir em peregrinação aos locais onde Jesus Cristo viveu e fez  suas pregações (Jerusalém, Belém, Nazaré, etc.). Esses locais , conhecidos como Terra Santa, eram considerados sagrados para os cristão.
Em conseqüência do expansionismo dos povos árabes, Jerusalém foi tomada no ano de 638. Os árabes eram muçulmanos – acreditavam em Alá como seu único deus e no profeta Maomé -, mas toleravam os peregrinos cristãos.
Em 1071, entretanto, Jerusalém foi conquistada pelos turcos, também muçulmanos. Desde então passou a haver perseguição aos cristãos que iam visitar a Terra Santa.
Os turcos estavam expandindo os seus domínios e ameaçavam conquistar Constantinopla, capital do império Bizantino, também de tradição cristã.
A tensão entre cristãos e muçulmanos levou o papa Urbano II a convocar uma expedição de retomada da terra Santa. O papa, que acusava os turcos de assassinarem os peregrinos e profanarem os lugares santos, procurou encorajar os cristãos do ocidente à guerra. Para viabilizar  a expedição, convocou senhores feudais, bispos e população em geral.
Os primeiros voluntários escolheram como  símbolo da expedição uma cruz pintada nas suas roupas, daí o nome Cruzadas para esse movimento.

Para além da fé

O movimento das Cruzadas deve ser compreendido como parte do processo de mudanças do feudalismo durante a Baixa Idade Média.
Se para a Igreja católica as Cruzadas se apresentaram como uma oportunidade de reconquistar a Terra Santa e fortalecer o poder do papa,  para muitos outros elas representaram uma alternativa tanto econômica quanto social. Algumas pessoas, por exemplo, aderiram às Cruzadas apenas porque viam nelas uma oportunidade de sair da vida miserável que levavam.
Entre os nobres, a grande parte via nas Cruzadas uma possibilidade de aumentar sua fortuna, já que a região da Palestina era considerada de grande riqueza. Muitos jovens pertencentes à nobreza viam uma oportunidade de conquistar algo para si, já que, por não serem filhos primogênitos, não herdariam feudos.

Combatendo pela fé

Ao todo foram realizadas oito Cruzadas, em um período de cerca de 200 anos. A primeira, organizada pelo papa Urbano II, obteve êxito.
Para essa Cruzada, organizaram-se exércitos em toda a Europa. Oficialmente, ela reuniu-se em Constantinopla em novembro de 1096. Era um exército imenso, conduzido por senhores feudais. Essa Cruzada conseguiu expulsar os turcos da grande  parte da Terra Santa e fundar o reino de Jerusalém.
Dos 300 mil cruzados que partiram de Constantinopla, apenas 40 mil chagaram a Palestina. Os demais morreram no caminho, em combate ou vítimas de doenças, fome, sede e calor; outros voltaram à Europa. Da parte dos turcos, as perdas também foram imensas: cerca de 10 mil acabaram massacrados em Jerusalém.

Miniatura do século XIV representando a tomada de Jerusalém pelos cruzados

Após a derrota, os turcos passaram a atacar os cruzados com freqüência e conseguiram reconquistar a Terra Santa.  Novas expedições foram então convocadas pelos cristãos. Entretanto, eles não tiveram o mesmo êxito da primeira.
Mal organizadas, sem liderança e divididas internamente por rivalidades entre nobres, várias Cruzadas não conseguiram chegar à Palestina. Na Segunda Cruzada, por exemplo, os combatentes que vinham de diversas regiões da Europa, formaram grupos isolados e foram facilmente derrotados pelos turcos.

Conseqüências das cruzadas

Apesar de não terem alcançado totalmente seu objetivo religioso, as Cruzadas promoveram grandes mudanças em toda a Europa, como a reabertura do Mediterrâneo à navegação e ao comércio europeu. Isso possibilitou a intensificação do comércio entre o Ocidente e o Oriente, interrompida em grande parte pela expansão muçulmana.

Principais aspectos das  Cruzadas

O fenômeno das cruzadas foi, sem dúvida, muito importante na Idade Média. Diversas ordens de cavaleiros foram criadas com o intuito de lutar na Terra Santa neste período.
Costuma-se dizer que existiram oito cruzadas. Entretanto, alguns autores classificam como tal alguns movimentos populares e sem apoio da Igreja ou do Estado como a "Cruzada do Povo" e a "Cruzada das Crianças". Alguns consideram a "Cruzada Veneziana" como um movimento meramente político que não merece ser considerado como campanha cruzadista visto que o objetivo primordial destes movimentos era expulsar os muçulmanos da Terra Santa unindo, assim, o Mundo Cristão. Abaixo, apresentaremos os resumos destas principais campanhas:

Cruzada do Povo (1095)


Pedro o Eremita mostra o caminho de Jerusalém aos cruzados (iluminura francesa, c.1270)

Comandada por Pedro, o eremita. Era composta por uma massa de aproximadamente dezessete mil homens sem equipamentos nem experiência de combate. Marcharam até Constantinopla aonde o Imperador, temendo um saque, embarcouos, o mais rápido possível, para a Asia Menor. Ao chegar, atacaram a cidade de Nicéia sem plano nem estratégia, sendo assim esmagados pelos turcos.

A Primeira Cruzada (1096)

Liderada por Godofredo de Bulhões. Constavam nesta cruzada alguns dos mais importantes nomes da nobreza feudal da época e era composta por aproximadamente 150.000 homens. Após três anos de campanha, tomaram Jerusalém em 15 de Julho de 1099. Godofredo de Bulhões recebeu, então, o título de "Defensor do Santo Sepulcro". Para garantir a defesa do Reino Latino de Jerusalém, foram criadas ordens militares-religiosas como a dos Teutônicos, Hospitalários e A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo ou Cavaleiros Templários.

A Segunda Cruzada

Uma nova investida muçulmana recuperou Edessa, reconquistando parte do Reino da Antioquia. Foi organizada, pelos reis da França e do Sacro Império Romano-Germânico, uma segunda cruzada. Em virtude da má recepção obtida em Constantinopla, o exército cruzado se dividiu e se enfraqueceu. Seu objetivo inicial era chegar até Damasco, porém, enfraquecidos que estavam, foram derrotados pelos turcos antes de chegarem.
                                  



O rei de França Luís VII e o imperador Conrado III partem para a Segunda Cruzada.

A Terceira Cruzada ( Cruzada dos Reis )

Ao tornar-se sultão do Egito, Saladino, aliado a Bagdá declarou uma Guerra Santa muçulmana contra os cristãos. Em 1187, retomaram Jerusalém resultando na formação da "Cruzada dos Reis". Foi liderada por Frederico I do Império Romano-Germânico, Filipe Augusto da França e Ricardo Coração de Leão da Inglaterra. A campanha teve resultados desastrosos: Frederico I faleceu, Filipe retornou a França derrotado e Ricardo Coração de Leão permaneceu na Palestina tentando recuperar Jerusalém. Esta cruzada, no entanto, representou um progresso nas relações entre cristãos e muçulmanos. Ricardo Coração de Leão firmou um tratado com Saladino reconhecendo o domínio cristão sobre uma faixa costeira na Palestina o que lhes garantia o acesso a Jerusalém.

A Quarta Cruzada (Cruzada Veneziana)

Foi uma cruzada movida por interesses econômicos. Convocada por Inocêncio III para atacar o Egito e a Palestina a partir de Veneza. Encontrou um obstáculo na alta quantia exigida pela cidade italiana para transportar os cruzados. Como não conseguiram a quantia exigida, Veneza propôs um acordo: Os cruzados deveriam tomar a cidade de Zara, no Adriático, cuja prosperidade preocupava Veneza. Em seguida, contra a vontade de Inocêncio III , atacaram Constantinopla que se opunha a uma guerra contra os muçulmanos com quem mantinha boas relações comercias. Foi uma cruzada de cristãos contra cristãos que não ser viu aos objetivos iniciais.
                                     

                                                              Os Cruzados conquistam Constantinopla

A Quinta Cruzada

Dirigida por André I, da Hungria. Não teve maior importância histórica.

A Cruzada das crianças

Diante das constantes derrotas e do desvio do objetivo religioso das Cruzadas, difundiu-se a lenda de que o Santo Sepulcro – local onde, segundo a Bíblia, Jesus Cristo foi foi sepultado – só poderia ser conquistado por crianças, pois elas eram isentas de pecados. Em 1212, 20 mil germânicas e 30 mil francas foram reunidas e encaminhadas a Jerusalém . Muitas dessas crianças acabaram morrendo pelo caminho, outras foram assassinadas ou aprisionadas e vendidas como escravas nos mercados do oriente. Em resumo, a expedição foi um grande fracasso.

A Cruzada das Crianças, por Gustave Doré (1832-1883)

A Sexta Cruzada

Comandada por Frederico II. Não recebeu apoio por parte dos reis cristãos, pois Frederico II havia sido excomungado. Ao chegar à Palestina, Frederico foi recebido pelos muçulmanos que, admirados pelos seus conhecimentos da cultura Árabe, firmaram, amistosamente, um tratado garantindo a soberania cristã sobre os territórios de Acra, Jafa, Sidon, Nazaré, Belém e toda a Jerusalém.

As Cruzadas de São Luís

Em 1244, Jerusalém estava sob domínio dos turcos. A sétima cruzada tinha como objetivo inicial o Egito onde conquistaram a cidade de Damieta, porém foram logo derrotados na cidade de Mansura e Luís IX (São Luís) foi feito prisioneiro. Foi libertado, somente, após o pagamento de vultuoso resgate.

A oitava cruzada (1270)

Tinha como objetivo atacar os turcos em Túnis. Porém, ao chegar, Luís IX faleceu vítima da Peste.

Ao final das campanhas cruzadistas, pode-se concluir que, no geral, foram um fracasso, pois constantemente, a Terra Santa voltada a ser invadida pelos muçulmanos.

As cruzadas serviram, na realidade, como um instrumento essencial para a queda do sistema feudal , pois abriram caminhos para a navegação no Mediterrâneo propiciando a modernização das práticas comerciais com conseqüente fortalecimento da classe burguesa.

O legado das cruzadas

As cruzadas influenciaram a cavalaria européia e, durante séculos, sua literatura.
Se por um lado aprofundaram a hostilidade entre o cristianismo e o Islã, por outro estimularam os contatos econômicos e culturais para benefício permanente da civilização européia. O comércio entre a Europa e a Ásia Menor aumentou consideravelmente e a Europa conheceu novos produtos, em especial, o açúcar e o algodão. Os contatos culturais que se estabeleceram entre a Europa e o Oriente tiveram um efeito estimulante no conhecimento ocidental e, até certo ponto, prepararam o caminho para o Renascimento.


Fonte: http://www.sohistoria.com.br/ef2/cruzadas/

quinta-feira, 17 de março de 2016

A Peste Negra na Idade Média

Europa - A Peste Negra na Idade Média





       




    Considerada castigo divino, a peste negra (peste bubônica) foi uma das maiores epidemias que assolou a humanidade.
    No início de 1330 o primeiro foco da peste bubônica aconteceu na China. A peste afeta principalmente roedores, mas suas pulgas podem transmitir a doença para as pessoas. Uma vez infectada, o contagio a outras pessoas ocorre de maneira extremamente rápida. A peste causa febre e um inchaço doloroso das glândulas linfáticas chamadas de bulbos, daí o seu nome. A doença pode também causar manchas na pele que apresentam primeiramente uma cor avermelhada e então se torna negra.
    Como a China era um das maiores nações comerciais, foi só uma questão de tempo até que a epidemia da peste se espalhasse pela Ásia oriental e pela Europa.
    Em outubro de 1347, vários navios mercantes Italianos retornaram de uma viagem ao mar negro, um dos elos no comércio com a China. Quando os navios aportaram Sicília muitos dos que estavam a bordo já estavam morrendo por causa da peste. Após alguns dias a doença se espalhava pela cidade e pelos arredores. Uma testemunha ocular conta o que aconteceu:
    "Percebendo que um desastre mortal havia chegado a eles, as pessoas rapidamente expulsaram os italianos de sua cidade. Mas a doença permaneceu, e logo a morte estava por toda parte. Pais abandonavam seus filhos doentes. Advogados se recusavam a sair de casa e fazer testamento para os moribundos. Frades e freiras foram deixados para trás para tomar conta dos doentes e monastérios e conventos logo estavam desertos, pois eles também foram afetados. Corpos foram deixados em casa abandonadas, e não havia ninguém para lhes dar um funeral Cristão."
    A doença atacava e matava com terrível rapidez. O escritor italiano Boccaccio disse que as vítimas normalmente, "almoçavam com seus amigos e jantavam com seus ancestrais no paraíso."
    Em agosto no ano seguinte, a peste havia se espalhado ao norte até a Inglaterra, onde as pessoas a chamavam de "A Morte Negra" por causa das manchas negras que ela causava na pele. Um terrível assassino estava solto na Europa, e a medicina medieval não tinha nada para combatê-lo.
    No inverno a doença parecia desaparecer, mas somente porque as pulgas, grandes responsáveis pelo transporte da peste de pessoa para pessoa, estavam dormentes. A cada primavera a peste atacava novamente, fazendo novas vítimas. Após cinco anos 25 milhões de pessoas estavam mortas, um terço da população da Europa.
    Mesmo quando o pior havia passado epidemias menores continuaram a acontecer, não só por anos mas por séculos. Os sobreviventes viviam em medo constante do retorno da peste, e a doença não desapareceu até o século XVII.
    Calcula-se que a peste negra tenha matado mais de 25 milhões de pessoas entre 1347 e 1352. Ou seja, a peste bubônica sozinha dizimou cerca de 1/3 da população na Europa em apenas cinco anos. Isso sem contar a imensidão de órfãos e viúvas deixados no rastro da epidemia.
    Naquele tempo a peste não se encaixava no conhecimento médico contemporâneo que em sua maioria afirmavam que doenças eram transmitidas através do "ar ruim", que geralmente possuía um cheiro nauseabundo. Para prevenir que as doenças se espalhassem era comum a terapia de aromas. Isso podia incluir a queima de incensos ou a inalação de fragrâncias, como perfumes ou flores. Isso não afetou o avanço da peste e muitos curandeiros fugiam ao primeiro sinal da doença.
    A denominação "peste negra" para a peste bubônica surgiu graças a um dos momentos mais aterrorizantes da história da humanidade protagonizado pela doença: durante o século 14, ela dizimou um quarto da população total da Europa (cerca de 25 milhões de pessoas).
    De 1348 a 1350, a doença desceu sobre a Europa, trazida da região do Mar Negro por comerciantes genoveses, eliminando de 25 a 35% da população. Muitas aldeias desapareceram provisória ou definitivamente. Cidades tiveram sua população dizimada, como Toulouse na França, que de 30000 habitantes em 1348, contava com apenas 24000 em 1385; Florença, de 110 000 antes da peste, ficou reduzida a 50000.
    A peste atingiu indiscriminadamente campo e cidade, pobres e ricos homens e mulheres adultos e crianças, sendo explicada, pelos cronistas medievais, como sendo castigo de Deus. Eram tantos os mortos que era necessário a abertura de valas comuns, como mostrada na figura, por causa da demanda, que era ainda mais intensa às segundas-feiras.
    Uma das maiores dificuldades era dar sepultura aos mortos:
    "Para dar sepultura a grande quantidade de corpos já não era suficiente a terra sagrada junto às Igrejas; por isso passaram-se a edificar Igrejas nos cemitérios; punham-se nessas Igrejas, às centenas, os cadáveres que iam chegando; e eles eram empilhados como as mercadorias nos navios".
    Em Avignon, na França, vivia Guy de Chauliac, o mais famoso cirurgião dessa época, médico do Papa Clemente VI. Chauliac sobreviveu à peste e deixou o seguinte relato:
    "A grande mortandade teve início em Avignon em janeiro de 1348. A epidemia se apresentou de duas maneiras. Nos primeiros dois meses manifestava-se com febre e expectoração sanguinolenta e os doentes morriam em 3 dias; decorrido esse tempo manifestou-se com febre contínua e inchação nas axilas e nas virilhas e os doentes morriam em 5 dias. Era tão contagiosa que se propagava rapidamente de uma pessoa a outra; o pai não ia ver seu filho nem o filho a seu pai; a caridade desaparecera por completo". E continua: "Não se sabia qual a causa desta grande mortandade. Em alguns lugares pensava-se que os judeus haviam envenenado o mundo e por isso os mataram".
    Durante a epidemia, o povo, desesperado, procurava uma explicação para a calamidade. Para alguns tratava-se de castigo divino, punição dos pecados, aproximação do Apocalipse. Para outros, os culpados seriam os judeus, os quais foram perseguidos e trucidados. Somente em Borgonha, na França, foram mortos cerca de 50.000 deles.
    As conseqüências sociais, demográficas, econômicas, culturais e religiosas dessa grande calamidade que se abateu sobre os povos da Ásia e da Europa, foram imensas. As cidades e os campos ficaram despovoados; famílias inteiras se extinguiram; casas e propriedades rurais ficaram vazias e abandonadas, sem herdeiros legais; a produção agrícola e industrial reduziu-se enormemente; houve escassez de alimentos e de bens de consumo; a nobreza se empobreceu; reduziram-se os efetivos militares e houve ascensão da burguesia que explorava o comércio. O poder da Igreja se enfraqueceu com a redução numérica do clero e houve sensíveis mudanças nos costumes e no comportamento das pessoas.
    A peste negra foi a maior, mas não a última das epidemias. A doença perseverou sob a forma endêmica por muitos anos e outras epidemias menores, localizadas, foram registradas nos séculos seguintes. Citam-se como surtos mais importantes a peste de Milão, no século XVI (190.000 mortes), a peste de Nápoles, em 1656, a peste de Londres em 1655 (70.000 mortes), a de Viena em 1713 e a de Marselha em 1720.
    Entre 1894 e 1912 houve uma outra pandemia que teve início na India (11 milhões de mortes), estendendo-se à China, de onde trasladou-se para a costa do Pacífico, nos Estados Unidos.
    No Brasil, a peste entrou pelo porto de Santos em 1899 e propagou-se a outras cidades litorâneas. A partir de 1906 foi banida dos centros urbanos, persistindo pequenos focos endêmicos residuais na zona rural.
    Uma das últimas epidemias de peste bubônica ocorreu na Argélia em 1944, tendo inspirado a Albert Camus, prêmio Nobel de literatura, o romance "A peste".

    Fonte: Joffre M. de Rezende, Prof. Emérito da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, Membro da Sociedade Brasileira e Sociedade Internacional de História da Medicina.

    Atendendo a pedidos.. curiosidades sobre os ratos

    32 CURIOSIDADES SURPREENDENTES SOBRE OS RATOS






    roedor
    Existem mais de 1 700 espécies de ratos distribuídas por todo o planeta.
    O convívio entre humanos e ratos é mais antigo do que se imagina: 10 000 anos.
    Existem três ratos para cada ser humano no mundo.
    As três espécies de ratos que convivem com os humanos são o camundongo, o rato de telhado e a ratazana.
    Camundongos são normalmente encontrados dentro das residências (em armários de cozinha, por exemplo); ratazanas em esgotos e buracos no solo; e ratos de telhado no lugar que lhes dá o nome.
    Ratos possuem uma extraordinária habilidade para se localizar, aprender caminhos novos e criar atalhos em lugares conhecidos (em resumo: eles possuem uma noção espacial mais evoluída do que a nossa).
    Uma fêmea de ratazana pode dar à luz 200 descendentes em apenas um ano.
    Ratos vivem, em média, dois anos.
    Ratos conseguem permanecer até 2 minutos debaixo d’água sem respirar.
    Acredite se quiser, mas ratos não gostam muito de queijo. Eles preferem carboidratos e alimentos com grande concentração de açúcar.
    Elefantes não tem medo de ratos e, sim, de abelhas.
    Você sabia que o Larousse Gastronomique, um dos mais renomados livros sobre culinária do mundo, tem uma receita de ratos grelhados?
    Aliás, você sabia também que existe um restaurante na China que, entre outros pratos, oferece ratos no cardápio?
    Noventa e cinco por cento do código genético dos ratos é igual ao dos humanos.
    Mais de 80% das pesquisas feitas com animais envolvem ratos de laboratório.
    Noventa milhões de ratos e camundongos morrem por ano em experiências de laboratórios.
    Os cientistas costumam criar ratos geneticamente modificados com o intuito de usá-los em pesquisas. Como exemplos temos os ratos diabéticos, hipertensos, obesos, anoréxicos, desprovidos de pelos…
    Por falar nisso, você sabia que existem institutos de pesquisa e empresas que “fabricam” ratos geneticamente modificados por encomenda? Basta dizer que tipo de ratinho você gostaria de levar para casa (um gordinho, por exemplo), que o seu pedido será atendido.
    Uma das mais bizarras experiências com ratos foi realizada no Japão. Cientistas daquele país conseguiram ressuscitar um rato que esteve congelado por – acredite, se quiser – 16 anos. Detalhe: ele foi “descongelado” e clonado.
    Os ratos transmitem cerca de 55 doenças aos seres humanos. Uma das mais perigosas é a leptospirose e uma das que mais fez vítimas fatais ao longo da história é a peste.
    Por peste negra entende-se a epidemia de peste bubônica que devastou o continente europeu no século XIV. A peste bubônica é uma doença provocada pela bactéria Yersinia pestis e tem como sintomas manchas na pele, febre, surgimento de ínguas, perda de coordenação motora, confusão mental e, em muitos casos, aumento do volume do fígado e do baço.
    A peste negra do século XIV teve origem na China. O curioso é que o rato transmissor da doença pode ter origem na Índia.
    Ainda há controvérsia sobre como a peste chegou a Europa, mas muitos estudiosos acreditam que ela tenha surgido após um ataque de mongóis à península da Criméia, mais precisamente ao porto de Kaffa. De lá, foi levada para a Europa Ocidental por mercadores genoveses e venezianos.
    A peste negra recebeu esse nome provavelmente por causa das manchas pretas surgidas na pele dos infectados.
    O principal agente causador da doença é a pulga que, ao picar a pessoa ou animal, transmite a bactéria para ela. Acredita-se que, na Europa do século XIV, a bactéria era transmitida dos ratos para as pulgas e, destas, para os seres humanos.
    O bacilo transmissor da peste também é muito comuns em roedores selvagens como ratazanas do campo, esquilos e até marmotas.
    A peste é uma velha conhecida da humanidade. Há relatos sobre epidemias no antigo Egito, na Grécia, em Roma e no Império Bizantino. Há, inclusive, referências sobre ela na Bíblia.
    Ninguém suspeitou que a doença tivesse relação com a morte de milhares de ratos. Acreditava-se que ela era provocada pelo “ar ruim”, contra o qual receitava-se aspersão de água de rosas e queima de ervas.
    Transmitida pela urina do rato, a leptospirose é uma doença que provoca dores, febre alta e forte hemorragia, que pode levar até à morte.
    Outra doença fatal transmitida pelos ratos é a hantavirose, moléstia cujas características são síndromes pulmonares e renais, além de grave febre hemorrágica.
    O que aconteceria se os ratos deixassem de existir? Sem nenhum bicho para comê-los, o lixo orgânico se acumularia nos ralos e esgotos. As tubulações entupiriam com maior frequência. Outros animais ocupariam o lugar, transmitindo o mesmo número (ou quantidade maior) de doenças.
    Ratos famosos da ficção: Mickey Mouse, Jerry, Fievel, Pink, Cérebro, Super Mouse, Mestre Splinter, Remy, Plic, Ploc, Stuart Little, Timóteo, Ligeirinho, Bernardo, Bianca, Danger Mouse, Juca Bala, Níquel Náusea…


    Fonte: http://www.maiscuriosidade.com.br/32-curiosidades-surpreendentes-sobre-os-ratos/

    sábado, 12 de março de 2016

    Moinhos na Idade Média

    Os moinhos



    Moinho d'água medieval, iluminura do Livro de Salmos Luttrell, 1320-1340.



    Por: Denise de Moraes Melo

    O moinho d’água era conhecido na Ilíria desde o século II a.C., na Ásia Menor desde o século I a.C. e existiu no mundo romano onde foi construído pela primeira vez. Os romanos substituíram as antigas rodas horizontais pelas rodas verticais com uma engrenagem que religava o eixo horizontal da roda ao eixo vertical. Porém praticamente não as utilizavam, em parte porque possuíam escravos em número suficiente para não se preocuparem com máquinas poupadoras de mão-de-obra e em parte porque na maioria dos territórios romanos não abundavam correntes rápidas .

    No século IX o moinho hidráulico já estava difundido no Ocidente, mas seu pleno desenvolvimento encontra-se entre os séculos XI e XIV, onde alguns registros mostram o dobro de construções existentes nos períodos anteriores. Os moinhos d’água eram utilizados para fins artesanais e industriais, mas tinham como principal tarefa a moagem de grãos. 

    Depois de dominarem completamente a complexa tecnologia da construção dos moinhos d’água, os europeus voltaram a atenção para o aproveitamento da energia eólica. Por volta de 1170 surgiram os primeiros moinhos de vento, com o corpo central rotativo para acompanhar a direção do vento. A partir de então, em terras planas como as da Holanda, onde não havia correntes rápidas, os moinhos de vento se proliferaram. No início do século XII eram feitos de madeira, e ao final do século passaram a ser feitos de ferro e sem o corpo rotativo. 




              O último moinho de vento em Portugal com velas de madeira, localizado em Carreço, Viana do Castelo


    Embora os moinhos de vento fossem, sobretudo utilizados para a moagem de grãos, logo foram adaptados para movimentar serras, fabricar tecidos, espremer óleo, fazer cerveja, proporcionar força a forjas e esmagar a polpa para produzir papel. 

    A origem do moinho de vento ainda não é clara, mas parece ter sido uma influência oriental, já que eram conhecidos na China e na Pérsia no século VII, e mencionados na Espanha no século X. Entretanto, a localização dos primeiros moinhos de vento, atualmente notados numa zona limitada em torno do Canal da Mancha (Normandia, Ponthieu, Inglaterra), e as diferenças de tipos, entre o moinho oriental, o ocidental e o mediterrânico, não tornam improvável a aparição independente do moinho de vento nestas três regiões. Durante a Alta Idade Média toda construção de um moinho era atribuída ao nome de um santo que o introduziu naquela região, tudo devido a forte influência religiosa da época. 

    Durante o período feudal os moinhos pertenciam aos senhores, e só podiam ser utilizados por servos ou camponeses mediante o pagamento de uma taxa abusiva. Além disso, os moinhos eram tidos como lugares de encontros e de prostituição, conhecidos como “taverna banal”. Os leprosos eram proibidos de freqüentar os moinhos, devido ao medo de contagio tido pelo resto da população. 

    Segundo Jacques Le Goff a “revolução” do moinho atingiu tanto o campo quanto a cidade. Na sociedade medieval tiveram de ocorrer mudanças nas condições históricas e culturais para que se permitisse compreender plenamente a utilidade e a ampla vantagem do moinho. 


    Bibliografia: 

    BURNS, Edward, McNall. Alta Idade Média(1050 – 1300): Instituições economicase políticas. In: História da civilização ocidental: do homem das cavernas às naves espaciais. São Paulo: Globo, 2000, p.237-269. 

    LE GOFF, Jacques. A vida material (séculos 10º-13º). In: A Civilização do Ocidente Medieval. Bauru, São Paulo: Edusc, 2005, p. 191-256. 

    LE GOFF, Jacques. SCHMITT, Jean-Claude. A Cidade. In: Dicionário Temático do Ocidente Medieval. São Paulo: Edusc, 2002, vol. I. 

    FRUGONI, Chiara. Invenções da Idade Média. Jorge Zahar Editor.