Mais Curiosidades da Idade Média
Não é normal reparar nesse tipo
de coisa, mas se visitar um castelo medieval, você pode reparar que não existia
banheiro nenhum, nem dentro, nem fora deste. A verdade é que na Idade Média não
havia banheiros mesmo: isto é coisa da Idade Moderna. Não existiam
dentifrícios, escovas de dente, perfumes, desodorantes e papel higiênico. As
excrescências humanas eram feitas em latrinas e, ao amanhecer, sem maiores cuidados,
despejadas pelas janelas dos palácios.
Nos filmes sobre a época, veem-se
pessoas sendo abanadas por enormes leques: em um país de clima temperado, a
justificativa não era o calor, mas sim o péssimo odor que as pessoas exalavam,
pois não tomavam banho, não usavam papel higiênico e nem faziam higiene
íntima.Os nobres eram os únicos que podiam ter súditos que os abanavam, para espalhar
o mau cheiro que o corpo exalava, além de ser uma forma de espantar os insetos.
Muitos dos ditados que usamos
hoje, para ilustrar certas situações, surgiram no cotidiano da Idade Média.
Os banhos eram tomados numa única
tina cheia de água quente e o chefe da família tinha o privilégio do primeiro
banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da
casa, por ordem de idade. Depois vinham as mulheres, também por idade e, por
fim, as crianças.
Os bebês eram os últimos a tomar
banho. Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era
possível "perder" um bebê lá dentro.
Os telhados das casas não tinham
forro e as madeiras que os sustentavam eram o melhor lugar para cães, gatos,
ratos e besouros se aquecerem.Quando chovia, começavam as goteiras e os animais
pulavam para o chão. Assim, a nossa expressão "está chovendo
canivetes" tem o seu equivalente em inglês em "it's raining cats and
dogs", ou seja, "está chovendo gatos e cachorros".Caia tanta
imundície dos telhados que, para não sujar as camas, inventaram uma espécie de
cobertura, que se transformou no dossel.
Aqueles que tinham dinheiro
possuíam pratos de estanho. Certos tipos de alimento oxidavam o material, o que
fazia com que muita gente morresse envenenada pelo óxido de estanho.Os tomates,
sendo ácidos, foram considerados, durante muito tempo, como venenosos.Os copos
de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, às vezes,
deixava o indivíduo, depois de beber, numa espécie de narcolepsia induzida pela
bebida alcoólica e pelo óxido de estanho.
Alguém que passasse pela rua
poderia pensar que ele estava morto, portanto recolhia o corpo e preparava o
enterro.
Como não se poderia ter certeza
alguma se a pessoa estava morta ou não, o corpo era então colocado sobre a mesa
da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo,
bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não. Daí surgiu a vigília
do caixão, que ainda hoje é costume.
Daí, também, surgiram as
histórias de mortos que haviam ressuscitado, e muito do mito do vampirismo vem
desta particularidade.A Inglaterra é um país pequeno e nem sempre houve espaço
para enterrar todos os mortos. Então, os caixões eram abertos, os ossos tirados
e encaminhados ao ossuário e o túmulo era utilizado para outro.
Às vezes, ao abrir os caixões,
percebiam que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que
aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo.
Assim, surgiu a ideia de, ao
fechar os caixões, amarrar uma tira no pulso do defunto, tira essa que passava
por um buraco no caixão e ficava amarrada num sino.
Após o enterro, alguém ficava de
plantão ao lado do túmulo durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o
movimento de seu braço faria o sino tocar, e ele seria "saved by the
bell", ou "salvo pelo gongo", expressão ainda usada até hoje
para dizer de alguém que escapou por pouca coisa, ou na última hora.
O cozinheiro tinha, durante a Idade Média, um status elevadíssimo, gozando do respeito geral, chegando mesmo a ter um tratamento quase real no decurso de grandes cerimônias. Na França, o trabalho de cozinheiro era visto com tanta importância que estes recebiam um título militar, o de “officiel de bouche” (oficial da boca). Dentro da hierarquia da cozinha, os chapéus brancos de alturas variáveis foram adotados para identificar o posto exercido por cada um. Enquanto o chef usava sempre o mais alto de todos, os auxiliares mais simples vestiam apenas um boné.
Três entre quatro crianças de família nobre passavam seus primeiros meses longe de casa, na maioria dos casos com a ama-de-leite. Mais da metade delas não voltava para casa antes de 18 meses, isso se sobrevivessem. Já no campo, o abandono de bebês era muito frequente. Além disso, a prática do infanticídio (por sufocação) não era vista como um fenômeno excepcional.
Foram os Cavaleiros Templários que substituíram, pela primeira vez, a moeda pelo cheque. Os Templários eram alvos de constantes roubos e ataques durante suas viagens, então, para proteger sua riqueza, criaram o cheque, um documento que poderia ser trocado por moeda corrente com os companheiros de outras cidades.
Para manter a aparência e realçar a beleza, as mulheres medievais também tinham seus truques. Confira alguns deles:
Para colorir os lábios: açafrão
Para escurecer os cílios: negro da fuligem
Para embranquecer os dentes: sálvia
Para aveludar a pele: clara de ovo e vinagre
Os costumes medievais estiveram na origem de algumas das atuais tradições ligadas ao casamento. Acompanhe.
Mês das noivas – na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho (o início do verão). A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda estava tolerável.
Buquê – por causa da higiene precária da época, as noivas usavam buquês de flores junto de seus corpos para disfarçar o mau cheiro.
Leis do casamento – foi durante a era medieval que as leis do casamento iniciaram a sua evolução. Em 1076, o Concílio de Westminster decretou que nenhum homem devia entregar a sua filha a alguém sem a bênção de um sacerdote. Mais tarde, foi decretado que o casamento não devia ser secreto, mas sim um ato público.
Vestido – contrariamente à tradição atual, o vestido de noiva não era branco. A cor mais usada era o azul, pois era o símbolo tradicional da pureza, embora o vestido pudesse ser de qualquer outra cor.
Bolo – o bolo de noiva que conhecemos, cheio de “andares”, teve sua origem naqueles tempos. Era costume os convidados levarem pequenos bolos, que eram colocados uns em cima dos outros. Para dar sorte e prosperidade, os noivos tentavam se beijar sobre os bolos sem os derrubar.
Festa – os casamentos medievais da nobreza eram celebrados nos castelos. Eram grandes festas com vários divertimentos e comida farta. Nos dia de casamento, os mendigos vinham de longe para receberem as sobras do banquete e era tradição o senhor do castelo libertar alguns prisioneiros. Já entre os camponeses, a festa de casamento ocorria na casa da noiva. Toda a aldeia se reunia para festejar a ocasião e presentear os noivos com alguns utensílios de madeira e outras ferramentas. Como não havia dinheiro para alianças, era tradição que uma moeda partida fosse dada à noiva, sendo a outra metade entregue ao noivo.